um registo

Grés Chamotado a 1220º

Cerâmica

Processo

Descrição

 

Um Registo surge como uma reflexão sobre a formação de identidade, mais concretamente revê de que modo a relação entre o Homem e Lugar participa neste fenómeno.

O carácter único e singular de um lugar é obtido através da vivência humana que nele ocorre, assim como a personalidade de cada pessoa (também única e singular) é influenciada pelos espaços que a rodeiam. Esta relação simbólica encontra-se em constante mutação, colocando sempre em causa a sua definição e tornando cada pessoa e espaço ímpares.

O uso do meu corpo e das árvores, dos locais por mim vividos, procuram materializar a inquietação e a fugacidade das relações humanas à luz do conceito de liquidez moderna. Isto é, atualmente imperam relações (humanas e espaciais) onde existe a dificuldade de estabelecer compromissos. Essas relações são construídas em forma de redes com ramificações rizomáticas e efémeras. Por essa razão, Um registo trata de captar um momento, como quem tira uma fotografia, dado que este não se irá repetir. As circunstâncias mudam, o tempo não volta atrás e a idade avança, tal como o crescimento de uma árvore.

Cada identidade pessoal e espacial vai-se traçando como a formação dos canos das árvores e se definindo, tal como os seus veios. Não existem ramos iguais e essa singularidade assemelha-se às matérias cerâmicas que antes de serem cozidas oferecem a possibilidade de serem modeladas e moldadas. Depois desse processo, o ciclo da sua adaptação termina, é fechada uma história. Está impresso o momento.